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domingo, 27 de fevereiro de 2011

Como percebemos o que vemos?

A observação do Mundo depende essencialmente, da intersecção de três distintos planos. O plano da luz, o plano da fisiologia e o plano da psicologia. Este último deriva da nossa experiência e dos nossos conhecimentos.
Para melhor perceber esta dinâmica, vários psicólogos alemães, entre eles, Max Wherteimer, Wolfgang Köhler e Kurt Koffka, decidiram, no início do século XX criar a teoria de Gestalt (Teoria da Percepção da Forma).
Segundo estes profissonais, os fenómenos psicológicos funcionam como um todo, sendo que o todo é muito mais do que a soma das duas partes. Assim, terá de existir uma percepção visual e uma percepção cognitiva.

E percepção? Haverá uma explicação para o que é a percepção?
Segundo, Rudolf Arnheim, existem forças perceptivas dentro de nós! Mas qual a dimensão destas forças, que são inteiramente psicológicas e não físicas?

Tomemos como exemplo, o mesmo que o autor toma no seu livro - o quadrado e o círculo - " Os raios luminosos emanados do sol ou de uma outra fonte incidem no objecto, que em parte os absorve e em parte os reflecte".(ARNHEIM, 1986)
A partir daqui, é uma grande aventura! 
Ao incidir sobre a lente do olho, alguns raios projectam-se na retina; órgãos receptores alojados na retina agrupam-se através da células ganglionares. E esta é a primeira etapa. "Consegue-se uma primeira organização elementar da forma visual" (ARNHEIM, 1986).
As mensagens chegam até ao cérebro e a imagem vai ficando mais nítida. Tal acontece para além do nosso conhecimento por meios fisiológicos, mas de uma maneira muito especial.
Daqui basta entender que tudo não passa de um processo complexo e que aquilo que se percebe é a obra de arte e não o material com que a fazemos.
Na verdade, reconhecemos o conhecemos, "toda a experiência visual é inserida num contexto de espaço e de tempo (...) a aparência dos objectos sofre influência dos objectos vizinhos no espaço bem como anteriores observações" (ARNHEIM, 1986)
A Gestalt assume que é de extrema importância  a disposição dos elementos que constituem o todo. Assim, a percepção que temos de um todo não é, de modo algum, o resultado de um processo de simples adição das partes que o compõe. 
"Saber distinguir entre pedaços e partes é na verdade uma chave para o sucesso na maior parte das ocupações humanas. (...) O Seccionamento pode ser imposto a um objecto a partir do exterior, do capricho de um trinchador ou por meio da força mecânica de uma máquina de cortar. Partir para obter mera quantidade ou número é ignorar a estrutura"  (ARNHEIM, 1986)


BIBLIOGRAFIA

ARNHEIM,R., 1986, "Arte & Percepção Visual, Uma Psicologia da Visão Criadora", Arte Arquitectura Urbanismo, Brasil

BOCK, Ana Maria, 2004 "Psicologias, Uma introdução ao estudo da psicologia. São Paulo: Saraiva




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