A tipografia vem do grego typos = "forma" , e graphein = "escrita", e é por isso, o processo de criação de tipos, metálicos ou fontes digitais. Sendo que, se entende por tipo “um conjunto de caracteres (letras, números, sinais e eventualmente símbolos) que compartilham as mesmas características estéticas, e que estão destinados à impressão"
Não é um conceito recente. Muito pelo contrário. Há cerca de 5000 anos atrás, antes de serem criados (e até pensados) os alfabetos, os habitantes pré-históricos da Terra, mais concretamente da Península Ibérica, ilustravam pedras de xisto para identificar os membros dos diferentes grupos que constituíam os povos. Estes registos fixavam relações familiares e sociais, sendo no entanto, documentos sem caracteres ou hieróglifos, mas não menos explícitos.
Parte dos xistos que retém estas informações foram encontrados em Antas ao lado de diferentes indivíduos. Estes eram, assim, registados e ficavam “arquivados” num registo global, mas descentralizado por centenas de túmulos megalíticos que foram erguidos no território hoje português e espanhol. as pinturas do homem pré-histórico contribuíram para a evolução dos alfabetos e da própria tipografia.
As “primeiras linguagens” usavam sobretudo pictogramas para se expressar. Mas por vezes, as imagens não eram suficientemente explícitas e por isso foi desenvolvida a ideografia (união de dois ou mais símbolos de forma lógica).Após a junção de vários pictogramas, os antigos começaram a interpretar sonoramente aquilo que viam e surgiram os primeiros fonogramas.
Estes três sistemas de escrita eram utilizados na escrita hieroglífica egípcia. O povo era proibido de escrever, sendo este tipo de escrita utilizado unicamente pelos Reis e Sacerdotes.
Da herança egípcia, os fenícios apenas utilizaram alguns dos sinais fonéticos na construção do seu alfabeto que é a base de todas as escritas alfabéticas. O facto de ser simples e fácil de entender, aliado a expansão, devido à actividade comercial realizada pelos fenícios, tornou-o bastante popular a ponto de se difundir pelo mundo.
Os gregos criaram o seu alfabeto, utilizando parte dos símbolos de escrita fenícios, no entanto de uma forma mais geométrica, devido à reprodução das mesmas em pedra.
Numa evolução ainda mais profunda, os gregos introduziram as vogais a par de outras consoantes, ainda hoje existentes, alterando o nível fonético estabelecido até então. A versão usada em Atenas, o chamado alfabeto jónico, foi o padrão de referência para a Grécia clássica.
Avançando na cronologia, surgem os romanos, que aplicam parte das formas gregas nos monumentos e no serviço governamental. As letras romanas esculpiam-se sem acabamento e com hastes de grossura regular. Só com o aperfeiçoamento das ferramentas para trabalhar a pedra, é que se desenvolveram as terminações designadas por patilhas ou serifas. Os Romanos utilizavam essencialmente os seguintes tipos de letra:
Escrita Formal
Capitalis Monumentalis – Utilizada essencialmente em arquitectura, podia ser também utilizada em manuscritos
Capitalis Rustica – traçada a pincel era mais fácil de escrever e de ler, para além ser mais económica.
Escrita Informal
Cursiva Romana - utilizada na escrita do dia-a-dia.
O cristianismo empregou alguns destes tipos de letras que, ao serem utilizados de forma mais fluída, simplificaram as letras e o seu próprio desenho. Esta evolução ocorreu de região para região, aumentando a diversidade de tipos de letra.
Antes de toda a tecnologia que caracteriza a impressão, os livros eram produzidos por escribas através de um demoroso e árduo trabalho.
No entanto, no século XV, Johann Gutemberg criou a impressão, processo que permitiu "imprimir"em massa . "Bíblia de Gutemberg", em 1454, foi o primeiro livro a experimentar este método.
Embora, o alemão tenha massificado a impressão, os chineses já haviam ensaiado tal técnica em 1041.
A impressão sofreu evoluções com o passar do tempo. No início do século XIX, a revolução industrial trouxe consigo, um método giratório e a vapor, que substituiu todo o trabalho manual. Mais tarde, durante o século XX, desenvolveu-se a fotocomposição bem como a impressão controlada por computadores. O século XXI acolheu a impressão digital, técnica realizada, exclusivamente, através de computadores.
Mesmo com todo este progresso, a composição tipográfica manteve os mesmos objectivos. Deve ser especialmente legível e visualmente envolvente, sem nunca desconsiderar o contexto em que é lida e os objectivos da sua publicação. Para isso deve existir uma escolha adequada das fontes tipográficas, da cor das mesmas bem como a sua relação com os elementos gráficos da página.
" A imprensa é um exército de 26 soldados de chumbo, com os quais podemos conquistar o mundo" Johann Gutemberg
Bibliografia:
Ferraz Naieni. 2010, Tipografia & História: Um estudo sobre as Revoluções Estéticas no Desenho da Letra Impressa.
(http://www.designemartigos.com.br/wp-content/uploads/2010/05/naieni_monografia_baixa.pdf)
(http://www.designemartigos.com.br/wp-content/uploads/2010/05/naieni_monografia_baixa.pdf)
Sem comentários:
Enviar um comentário